Pode-se afirmar, sem grande margem de erro, que a população de Armil é maioritariamente católica e por isso respeita os usos e costumes da celebração das festas do Natal, as Janeiras, o Carnaval, a Páscoa, os Santos Populares, o Corpo de Deus, a festa de S. Salvador e o seu Padroeiro S. Martinho de Armil.
Todavia, existem outras tradições que não estando ligadas directamente à Igreja Católica retrata o passado de um povo que na sua generalidade procurou sempre ser trabalhador e lutador por uma vida melhor. Referimo-nos aos "Bifes de Armil" que era a alcunha que punham às sardinhas, isto porque nesta localidade existiam muitos peixeiros, que procuravam ocultar a sua profissão, dizendo que vendiam bifes, o que na verdade eram sardinhas. As sardinhas eram, portanto, o famoso petisco de Armil.
Embora existam várias tradições (cantar dos reis, cantares ao desafio, desfolhadas e espadeladas do linho), algumas já perdidas, a que mais se destaca é a lenda do Ermitão.
Esta, refere-nos uma passagem da vida de um pobre Armilenses que vivia no Monte de S. Salvador, debaixo de um penedo. Este homem era muito pobre e por isso ia muitas vezes pedir comida a casa de uns fidalgos desta localidade. Porém a “fidalga” “farta de o aturar”, pois ele ia com frequência pedir-lhe esmola, deu-lhe um bolo de sardinha envenenado. O pobre homem, contente com o donativo não duvidou da dádiva e levou o bolo para casa. Aproximaram-se da casa do Ermitão os filhos da “fidalga” que esfomeados, andavam à caça e pediram ao honrado homem que este lhe desse comida. Como ele não tinha mais nada para lhes dar presenteou-os com o bolo de sardinha dado pela mãe daqueles. Os filhos da “fidalga” morreram envenenados com o veneno que era destinado ao pobre.
Esta lenda como tantas outras faz-nos reflectir sobre a bondade que devemos praticar e não a maldade que mais cedo ou mais tarde sobre nós irá cair.
Estas são algumas das lendas e tradições desta freguesia e abaixo segue uma fotografia do "Penedo do Ermitão".